Gabriela Leal, doutoranda com Bolsa de Doutoramento ao abrigo do Financiamento Programático do CICS.NOVA (UIDP/04647/2020), assina a obra ‘Cidade: Modos de ler, usar e se apropriar: A São Paulo do graffiti’, publicada pela Editora Funilaria.

O lançamento ocorrerá no próximo dia 24 de junho às 17h00 na Galeria Metrópole da cidade de São Paulo, Brasil, e contará com uma conversa entre Wellington Neri (Movimento Imargem), Mauro Neri (artista/writer conhecido como Veracidade) e a Professora Bianca Tavolari (Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa, Brasil).

A obra apresenta um Pósfacio escrito pelo investigador Ricardo Campos (CICS.NOVA / NOVA FCSH) e é acompanhada de diversos registros visuais da autora, que complementam suas observações e reflexões. Além disso, começa com os pés no asfalto, em meio a latas de spray, rolinhos e galões de tinta látex; em meio a uma diversidade de relações tecidas em uma cidade que exige um intenso (e extenso) deslocamento para percorrê-la. Corpos, tintas e movimentos se entrelaçam e, neste fazer, desenham nos muros ao mesmo tempo em que modificam – simbólica e esteticamente – o espaço urbano, nos devolvendo a questão: quem desenha na cidade, desenha a cidade?

Esta foi a pergunta fundadora da pesquisa que originou este livro, realizada pela investigadora (conhecida por muitos por Gabs Leal), e que teve como objetivo principal investigar os usos da rua das práticas de graffiti de São Paulo e as possibilidades de cidade que emergem nesta interação. Por isso, ao mesmo tempo em que as práticas de graffiti ocupam um lugar central enquanto foco de análise e reflexões, também são tomadas como uma janela para pensar (junto) e produzir conhecimento sobre o urbano.

Gabriela Leal, a partir de um olhar atento e de uma narrativa informada pela perspectiva das práticas de graffiti, nos convida a caminhar por diversos locais da cidade de São Paulo. Leal também nos leva ao mundo da arte contemporânea, que engloba os agentes da arte urbana aqui enfocada – como galerias, ateliês, espaços culturais e exposições, nos quais circulam curadoras/es, dealers, gravuristas, montadoras/es de exposições, fotógrafas/os. Não escapa da sua análise as interfaces do mundo do grafitti com o da pixação, cujas observações revelam fronteiras porosas, com entrelaçamentos surpreendentes entre ambas as práticas. Neste percurso, a autora oferece, ainda, reflexões e descrições sobre diferentes aspectos da relação estabelecida entre os protagonistas do graffiti e agentes do Estado.